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Multi-cloud, híbrida e regional: o caminho para uma infraestrutura mais robusta

#public cloud #security Blog Clouds

Quando um pequeno número de gigantes da tecnologia sustenta grande parte da infraestrutura da internet, uma falha em qualquer elo da corrente pode provocar um efeito dominó global. Conforme alertado por especialistas ao comentarem a recente interrupção de serviços — que envolveu  Amazon Web Services (AWS) — “a dependência da internet em alguns poucos grandes provedores … pode significar interrupções para milhões de usuários quando um serviço falha”.

Além disso, o caso de uma queda que durou o dia inteiro no ano passado, provocada por uma atualização defeituosa da empresa de cibersegurança CrowdStrike, também sublinha um risco fundamental.

Como observou Harry Halpin, CEO da Nym Technologies, “se a infraestrutura de um país inteiro depende de poucos provedores, todos localizados nos Estados Unidos, e algo pode falhar a qualquer momento — seja por razões maliciosas ou simplesmente por erro técnico — isso representa uma situação extremamente perigosa”.

Esses acontecimentos não são apenas alarmantes — eles apontam para a necessidade urgente de repensarmos como construímos, operamos e governamos nossa infraestrutura digital.

 

A equipe da ITGLOBAL.COM destaca os seguintes pontos-chave para fortalecer a infraestrutura digital das organizações.

Diversificação de fornecedores e plataformas

Quando a maior parte da carga digital repousa sobre poucos provedores, o sistema torna-se vulnerável a falhas orquestradas ou acidentais.
A diversificação reduz esse risco: distribuir operações entre diferentes provedores de nuvem, redes de distribuição de conteúdo (CDN), serviços de interconexão e data centers evita que a falha de um se transforme em falha generalizada.

Boas práticas de diversificação incluem:

  • Adotar múltiplos provedores de nuvem (estratégia multi-cloud), combinando soluções públicas e privadas. 
  • Distribuir cargas de trabalho geograficamente, utilizando data centers em diferentes regiões. 
  • Contratar serviços complementares, como CDN e conectividade, de fornecedores distintos. 
  • Integrar plataformas interoperáveis, evitando dependência de tecnologias proprietárias. 
  • Estabelecer planos de contingência e failover para garantir continuidade operacional em caso de falhas. 
  • Monitorar continuamente o desempenho e a disponibilidade dos provedores, avaliando indicadores e níveis de serviço (SLAs). 
  • Revisar periodicamente a estratégia de dependência e ajustar contratos conforme a evolução tecnológica e regulatória.

 

Regionalização: aproximar a infraestrutura do usuário

Ter servidores, hubs de dados e redes localizadas perto dos usuários finais — em diferentes regiões geográficas — ajuda em muitos aspectos:

  • Latência menor: usuários em regiões remotas ou fora dos grandes hubs tecnológicos ganham desempenho melhor. 
  • Resiliência local: se o link internacional ou o hub global de um provedor enfrentar problemas, as operações na região podem seguir funcionando via redes alternativas regionais. 
  • Governança e soberania de dados: servidores locais ajudam a conformar-se com legislações regionais de privacidade e armazenagem de dados, e reduzem o risco de gargalo em “estradas internacionais” da internet.

Arquiteturas híbridas e multi-nuvem como padrão

Não se trata de demonizar um fornecedor — afinal, grandes provedores oferecem benefícios excelentes —, mas sim de montar uma estratégia mais robusta:

  • Combinar nuvem pública com nuvem privada ou co-localizada. 
  • Ter fallback (plano B) pronto para surtos ou interrupções — um “switch” automático ou manual para outro provedor ou para infraestrutura auto-hospedada. 
  • Realizar testes periódicos de “failover” para garantir que essa redundância funcione de fato. 

Monitoramento, automação e resposta rápida

Em cenários de falha, a rapidez na detecção e na reação é decisiva:

  • Ter visibilidade em tempo real dos serviços, inclusive os dependentes de terceiros. 
  • Automatizar respostas — por exemplo, redirecionamento de tráfego, ativação de nós de backup, realocação de dados — em minutos, não horas. 
  • Preparar planos de comunicação com usuários e partes interessadas, para manter confiança e transparência.

Conclusão

A recente falha envolvendo grandes provedores de infraestrutura digital revela que não podemos mais adiar a estratégia de diversificação e regionalização. O risco de dependência excessiva é real, e as consequências grandes — para negócios, governos e usuários finais.

Ao combinar múltiplos provedores, aproximar a infraestrutura das regiões de operação, adotar arquiteturas híbridas e manter governança operacional e de risco adequada, podemos construir um ecossistema digital mais resistente. E isso já não é só uma boa prática: é uma necessidade para o futuro da internet, da economia e da inovação.

 

 

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